E o Sol voltou a brilhar…

Suor escorre-me pela testa,
Uma dor acutilante percorre todo meu corpo,
Um aperto no peito, forte e pesado,
Levo as mãos a cabeça que parece pesar toneladas,
Sinto o suor escorrer-me pelo rosto,
Enquanto algum me queima os olhos,
A pouca luz que ilumina o compartimento,
Parece me cegar…
Deve ser do elevado fluxo de sangue
Que sobe violentamente para o cérebro.
O batimento cardíaco: acelerado.
De tal forma que sinto o coração pulsar na cabeça,
Angustiado e claustrofóbico,
Parece que o espaço se fecha perante mim,
Enquanto suo-o,
Arrepios gelados percorrem-me as costas,
A visão: turba.
Não permite percepcionar o espaço que me envolve.
A respiração: ofegante.
Por mais que tente encher os pulmões não consigo
Um cheiro a Morte faz-se sentir nas paredes
E entranha-se na minha alma,
Náuseas e agonia estremecem o meu Ser
Sinto que está perto…
A dor torna-se exasperante.
Não há nada a fazer se não esperar pelo inevitável
Não consigo raciocinar direito
E sinto tremores nas mãos…
Apesar de o tempo marcar apenas minutos,
Horas passaram por mim, ou talvez dias!
Não me lembro como deixei me levar até esta situação…
Certo é que algo devo ter feito
Para ser vitima de tanto desespero.
A dor intensifica-se.
Está para perto!
Sinto o chão falhar-me assim como todas as minhas forças,
A pernas estão dormentes ao ponto de não as sentir…

De repente… Uma força divina parece me abraçar.
Uma sensação de conforto e alívio,
Parece que me faz levitar.
Ainda não consigo encher os pulmões
E respirar profundamente,
Porque o cheiro a Morte ainda está por perto.
Mas depois de ganhar as minhas forças,
Agora que como redobradas.
Sinto-me rejuvenescido,

Abro a porta do W.C. e finalmente consigo respirar,
.
E o Sol lá fora voltou a brilhar,
Aliás até parece mais brilhante!
Agora já raciocino direito,
Não devia ter comido aquelas cerejas todas.

Aquilo não foi um cagadela…
Foi um exorcismo!!!

segunda-feira, 9 de julho de 2007