Viajens com o "Láu"

Este post é da total autoria do Jukinha. Eu apenas o transcrevi com a sua devida autorização! Obrigado pomba. O Jukinha Má Onda é um Senhor, que tem para breve o lançamento de um livro, resultado de vários prémios ganhos pelas suas escrituras do seu blog “http://jukinha-ma-onda.blogspot.com”, que tenho aí ao lado o link. Este post foi escrito em Maio de 2006 e trata de um relato fiel das variadas viagens que fazemos por esse Portugal profundo. Deliberadamente substituí o meu nome, para poder manter o meu anonimato e colocarei entre aspas essas alterações. Fiquem então com uma das suas alucinadas mas brilhantes histórias… E Jukinha. És o maióriii!!!


Tarde de Janeiro. Um dia qualquer.


A castigada carrinha GPL Ford Escort de cor metalizada, percorre fielmente o seu caminho já habituada por anos e anos de uso, desde a costa agreste da zona da Agudela até à semi - civilizada Ribeira do Porto, passando pela fedorenta Petrogal, pela obra prima de Edgar Cardoso, pelo casario da foz, através do stress do transito interminável, sempre sempre sem nunca deixar ficar mal.

Os aromas diversos dos locais por onde ela passa estão sempre misturados com o gás de petróleo liquidifeito que escapa da botija ferrugenta que jaz na sua mala carregada fatos de mergulho e pranchas de bodyboard.

Estas viagens na Ford Escort foram sempre férteis em ideias do mais alto gabarito.

Uma das mais interessantes para mim foi sem duvida uma teoria que orgulhosamente tenho autoria partilhada com o meu amigo “Láu”.

O lado negro das canções infantis.

As Pombinhas da Catrina.

Não há nada mais perverso do que esta canção, Deus má libre. Ora vejam só.

As pombinhas da Catrina,
andam já de mão em mão,
foram ter à quinta nova,
ao pombal de S. João.

Analisemos então este excerto.

As pombinhas são claramente prostitutas e a Catrina é a mãe delas puta reformada ou mesmo a exploradora delas.

Andam já de mão em mão. É verdade! São ainda chavalas e já andam por ai na dureza do dia a dia a afinfar sortidos de choura forte e feio.

Mas, sorte a delas. Foram ter à quinta nova, ao pombal de S. João. Ora vejam lá. A quinta nova é claramente uma zona de putedo e o pombal é como quem diz, um edifício com muitas !!pombas!!, é um bordel por assim dizer, mas um bordel de classe, para gente fina pois é do S. João. Talvez fique perto do Hospital. Talvez não.

Ao pombal de S. João,
ao quintal da Rosalina.
Minha mãe mandou-me à fonte,
eu parti a cantarinha.
Ao passar o ribeirinho,
água sobe e água desce,d
ei a mão ao meu amor,
não quiz que ninguém soubesse.

Nesta parte conta como a miúda mais nova ainda virgenzinha perdeu sabe-se lá o que.

A minha mãe mandou-me á fonte e eu parti a cantarinha. Ou seja cagou na sopa quando foi buscar um garrafão de vinho verde tinto à tasca. Fez merda porque embebedou-se, senão vejam lá o agua sobe e o agua desce. Deu a mão ao amor, ou seja ao trolha cheio de cal hidráulica entre as unhas e pontos negros no nariz que lá estava e comer tremoços e pôs-se a andar com ele para um sitio qualquer porque não quis que ninguém soubesse.

Se tu és o meu amor,
dá-me cá os braços teus,
se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus.

Ora ai está a nina não é inocente nenhuma pois anos a fio de convívio no meio de tanta fodanga viu que gaijo pouco competente com o gambozinho, o melhor é pô-lo a andar.

Não é preciso explicar frase por frase pois não?

Por ser o pombal tão estreito,
e asas termos pr'a voar,
nós voamos com tal jeito,
que não qu'remos já voltar.

Ora ai está! As nossas amigas sentiam-se muito limitadas em termos de pilas naquele bordel de cinco estrelas. Sempre os mesmos clientes, ricaços besuntados sem jeitinho nenhum com as pixas ridículas, elas acham que podem virar-se muito bem sozinhas. E parece que se dão bem pois “tem asas para voar e voam com tal jeito” que tem toda a clientela que desejam ter. E para o bordel não querem voltar. Toda aquela disciplina é uma chatice! Ufa!

Se alguém nos vê passar,
diz: que lindos que eles são;
nós não queremos já voltar,
mas andar de mão em mão.

Ai está. Elas tem bastantes propostas de casas de putas. Elas sabem que querem ganhar umas massas valentes a debulhar chouriças, mas antes de voltar para a vida pachorrenta dum bordel uma vida segura e sem aventura, preferem para já, durante uns tempos foder violentamente todos os trolhas da Soares da Costa, os estivadores da lota de Matosinhos os estudantes da ESAP e tudo o se mexa por ai.

Sem ter beira nem patrão,
o voar é nossa sina.
- vão andar de mão em mão,
as pombinhas da Catrina.

Mas será que é assim depois de provar a liberdade e de descobrir que podem ter o seu próprio negocio e de gerir o seu próprio tempo? Não é isso mesmo que qualquer um de nos quer?

Não ter patrão. Andar por ai a passear, fazer uns biscates para arranjar uns cobres.

Sim. É isso.

Somos todos afinal como as Pombinhas da Catrina.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

8 Comments:

Má-Onda said...

Na hora felpuda dos dias peludais, trogloditamente falando, considero que ratas e ratas devem andar por ai á solta, ou na melhor das hipóteses, numa liberdade dissimulada por variadissimas questões deontológicas difíceis de explicar.

Pah, grandes voltas mano!

scorpia said...

Yuuuuck! Mas que raio de post vem a ser este, que começou de uma forma engraçada (analisar contos infantis e tal) e acabou num desatino absoluto que incluía estudantes universitários e putas... Nada de que eu não desconfiasse, mas sempre pensei que qualquer pessoa com 2 dedos de testa (não falo em beleza exterior, mas alguma inteligência emocional - porque a racional está demodé, e isso seria pano para outra manga...) conseguiria desenrascar-se em termos de higiene sexual, sem ter que recorrer às profissionais do sexo. Um mito urbano confirmado. Obrigada.
Em relação às obsevações relativamente à morfologia peniana, denotam pouco conhecimento das mesmas...Ainda bem! Digo eu...
Ei Jukinha, que má onda...Não fazes por menos...
E Láu...isto é uma forma de machismo...com M grande!!
Aaaaargh!

Má-Onda said...

paaahahahahaha não faço por menos? Consigo fazer bem pior!
Sou mesmo uma mente badalhoca.

Láu said...

Scorpia... Scorpia...
Sobre o Jukinha, este post e os outros:
-Inteligencia humorística - Muita!
-Machismo - Nem por isso. Tens de ler melhor o post e o blog!
-Genialidade/Loucura - 100%

: )

Liberdade de expressão... Sempre! E és e serás sempre livre de fazer os juizos que quizeres, mas por outro lado também ele pode e deve escrever os seus devaneios. É terapia ; ) Devias experimentar... LOLLL

Jinhus Scorpia
Abração mano Jukinha

Anónimo said...

sem tentar chegar á vossa analise profunda do post..blablabla.. Estes dois miudos (sim miudos, pois por detras de tantas palavras intelectualizadas, e bastante inteligentes, eles sao uns miudos, sempre :P pois é assim que os vejo-2 miguinhos que não deixarão de ser putos reguilas)quando estão juntos e nos seus devaneios são 2 peças que só vivendo com estes é que se entenderá (e mesmo assim ha alguma dificuldade em acompanhar o ritmo alucinado de ideias..não é para qualquer um meus amigos..eu que o diga).. mas aprende-se sempre o outro lado das questões quanto mais não seja descobre-se que existe quase sempre algo sexual no assunto-"as mensagens escondidas" hehe :P depende da mente de cada um!!opinioes....
um conto infantil para todas as idades..
bjs e bjs

scorpia said...

Jukinha..acredito que consigas ser mesmo muito pior...Ainda bem que há gostos para tudo...Mente badalhoca? Também consigo ter, e Láu, não é a escrever que exerço a minha terapia...
Mas continuem o bom trabalho!
Boas continuações...

Láu said...

Scorpia, faltou-te o "Hic"... Que é para sabermos em que estado tavas quando escreveste : ) Eu ponho! Lolll.

Jinhu

scorpia said...

Hic! ;)
Bjinho!

 
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